quarta-feira, 29 de junho de 2011

Vida, Obras, Pensamento, Teoria e a Concepção de Pierre Félix Bourdieu sobre Educação

PIERRE FÉLIX BOURDIEU

Vida e Obras
Pierre Bourdieu nasceu em 1 de agosto de 1930, na França. Estudou na École Normale Supérieure e cumpriu serviço militar na Argélia. Graduado em Filosofia, Bourdieu enveredou para a Antropologia e  Sociologia. Foi professor de Filosofia na Sorbonne, diretor e professor de Sociologia na École des Hautes Études em Scienses Sociales e, finalmenta, foi eleito em 1982 para ocupar a cadeira de Sociologia de Cóllege de France, o Olímpo da academia francesa. Bourdieu faleceu em 23 de janeiro de 2002.
Algumas de suas principais obras foram:
·         “O poder Simbólico”;
·         “As Regras da Arte”;
·         “O Ofício do Sociólogo”;
·         “A Distinção: crítica social do julgamento”;

A concepção de Bourdieu sobre a educação
Uma das principais questões que Pierre Bourdieu levanta em suas análises diz respeito ao papel de democratização que era atribuído às escolas, no sentido de
propor que no momento em que todas as pessoas estivessem presentes nas escolas a sociedade se democratizaria pelo fato de que para tais teorias isto seria a garantia de que o indivíduo seria bem sucedido na sociedade devido à simples presença em tais escolas. Os estudos de Pierre Bourdieu vêm a demonstrar que as chances entre alunos são desiguais, alguns estariam numa condição mais favorável do que outros para atenderem às exigências, muitas vezes implícitas, da escola. Desta forma Bourdieu vai argumentar que o papel de democratização atribuído aos sistemas de ensino no sentido de diminuir a distância entre as classes e grupos é falso.

O pensamento de Bourdieu
            Para entender o pensamento de Bourdieu sobre a construção dos consensos é necessário definir alguns conceitos importantes que conduzem a sua teoria. Para ele, habitus é um sistema subjetivo “de estruturas interiorizadas, esquemas de percepção, de concepção e de ação que são comuns a todos os membros do mesmo grupo ou da mesma classe” (Bourdieu, 1994, p. 79). Essa noção está associada tanto à interiorização de normas e de valores quanto aos sistemas de classificações preexistentes às representações sociais.

      Teoria social
Na agenda teórica proposta à Teoria Sociológica contemporânea, alguns elementos merecem destaque: a releitura dos clássicos, a construção de conceitos e a postura crítica do intelectual diante de uma tomada de posicionamento político, elementos estes amalgamados em sua discussão sociológica.
Ao compor, por exemplo a idéia de campo, Bourdieu dialoga com a idéia de esferas, proposta por Max Weber e, ainda, com o conceito de classe social de Marx.

Construtivismo estruturalista ou estruturalismo construtivista

Bourdieu, permitindo ter seu pensamento rotulado, adota como nomenclatura o construtivismo estruturalista ou estruturalismo construtivista.
Esta postura consiste em admitir que existe no mundo social estruturas objetivas que podem dirigir, ou melhor, coagir a ação e a representação dos indivíduos, dos chamados agentes. No entanto, tais estruturas são construídas socialmente assim como os esquemas de ação e pensamento, chamados por Bourdieu de habitus.
Bourdieu tenta fugir da dicotomia subjetivismo/objetivismo dentro das ciências humanas. Rejeita tanto trabalhar no âmbito do fisicalismo, considerando o social enquanto fatos objetivos, como no do psicologismo, o que seria a "explicação das explicações".
O momento objetivo e subjetivo das relações sociais estão numa relação dialética. Existem realmente as estruturas objetivas que coagem as representações e ações dos agentes, mas estes, por sua vez, na sua cotidianidade, podem transformar ou conservar tais estruturas, ou almejar a tanto.
A verdade da interação nunca está totalmente expressa na maneira como ela se nos aprensenta imediatamente. Uma das mais importantes questões na obra de Bourdieu se centraliza na análise de como os agentes incorporam a estrutura social, ao mesmo tempo que a produzem, legitimam e reproduzem. Neste sentido se pode afirmar que ele dialoga com o Estruturalismo, ao mesmo tempo que pensa em que espécie de autonomia os agentes detêm. Bourdieu, então, se propõe a superar tanto o objetivismo estruturalista quanto o subjetivismo interacionista (fenomenológico, semiótico).

Bibliografia
http://filosofiacienciaevida.uol.com.br/